(Imagem: Vegas News)
Nesse último
domingo eu vi homens voando. Alguns também conseguiam se apoiar com uma mão só
em superfícies impossivelmente altas, e algumas mulheres, juro, poderiam caber
na gaveta da qual acabei de tirar esse notebook. E depois de ter visto tudo
isso eu passei as próximas horas da minha vida comentando com todos e com tudo
(provavelmente eu falei até para as paredes) o quanto eles eram sensacionais,
impossíveis e superumanos.
Precisou de uma
noite mal dormida, com a cabeça na almofada e a mente nas nuvens
(literamente, pois não consigo dormir muito em aviões), para que eu percebesse
que, apesar de toda a precisão maravilhosa de movimentos e de técnica que eu vi
naquelas pessoas, eles eram “só” isso, pessoas. Eles eram super, mas não no
sentido sobrenatural e sim no sentido de que eles superavam todo tipo de limite
que eu pus na minha cabeça sobre o que é possível ou não.
Pra mim e,
aposto, para cada pessoa naquela plateia, esses heróis estavam fazendo tudo que
há de mais impensável, mas ao mesmo tempo que o que eles fazem é completamente
fora do meu alcance, eu me pego pensando: o que seria o impossível, ou o super
para eles, que estão ali naquele palco? Seriam as pessoas que são capazes de
escrever páginas que são lidas por gente nos quatro cantos do mundo? Seriam
aqueles que conseguem fazer prédios que desafiam a gravidade e sustentam dez
mil pessoas e ainda enchem os olhos? São aqueles cuja voz enche corações com
toneladas de sentimentos inexplicáveis? São aqueles que com seu discurso, ou
seu atos, ou sua inteligência são capazes de mudar certas coisas no mundo?
Eu me peguei
raciocinando que as pessoas têm as mais variadas formas de serem de serem
super, sem nem chegar perto de terem poderes sobrenaturais. E fiquei pensando
que eu mesma poderia fazer o impossível aos olhos de alguém se eu lutar por
isso. Ser incrível, no mundo real, não é um presente, ou uma dádiva, ou um
poder e pode ser tão relativo como uma opinião. Porém, eu notei, nunca vem de
graça. Eu não sei se eu gostaria de um dia ter o mundo me olhando e me
reconhecendo como impossivelmente incrível em algum aspecto, seja lá qual fosse.
Parece muita pressão. Mas se eu conseguir ser, para alguém que seja, o mínimo
de inspiração, o mínimo de sensacional, isso – sim - seria super.
-Luana Rôla de Sousa