domingo, 15 de fevereiro de 2015

Super



 (Imagem: Vegas News)

Nesse último domingo eu vi homens voando. Alguns também conseguiam se apoiar com uma mão só em superfícies impossivelmente altas, e algumas mulheres, juro, poderiam caber na gaveta da qual acabei de tirar esse notebook. E depois de ter visto tudo isso eu passei as próximas horas da minha vida comentando com todos e com tudo (provavelmente eu falei até para as paredes) o quanto eles eram sensacionais, impossíveis e superumanos.
Precisou de uma noite mal dormida, com a cabeça na almofada e a mente nas nuvens (literamente, pois não consigo dormir muito em aviões), para que eu percebesse que, apesar de toda a precisão maravilhosa de movimentos e de técnica que eu vi naquelas pessoas, eles eram “só” isso, pessoas. Eles eram super, mas não no sentido sobrenatural e sim no sentido de que eles superavam todo tipo de limite que eu pus na minha cabeça sobre o que é possível ou não.
Pra mim e, aposto, para cada pessoa naquela plateia, esses heróis estavam fazendo tudo que há de mais impensável, mas ao mesmo tempo que o que eles fazem é completamente fora do meu alcance, eu me pego pensando: o que seria o impossível, ou o super para eles, que estão ali naquele palco? Seriam as pessoas que são capazes de escrever páginas que são lidas por gente nos quatro cantos do mundo? Seriam aqueles que conseguem fazer prédios que desafiam a gravidade e sustentam dez mil pessoas e ainda enchem os olhos? São aqueles cuja voz enche corações com toneladas de sentimentos inexplicáveis? São aqueles que com seu discurso, ou seu atos, ou sua inteligência são capazes de mudar certas coisas no mundo?
Eu me peguei raciocinando que as pessoas têm as mais variadas formas de serem de serem super, sem nem chegar perto de terem poderes sobrenaturais. E fiquei pensando que eu mesma poderia fazer o impossível aos olhos de alguém se eu lutar por isso. Ser incrível, no mundo real, não é um presente, ou uma dádiva, ou um poder e pode ser tão relativo como uma opinião. Porém, eu notei, nunca vem de graça. Eu não sei se eu gostaria de um dia ter o mundo me olhando e me reconhecendo como impossivelmente incrível em algum aspecto, seja lá qual fosse. Parece muita pressão. Mas se eu conseguir ser, para alguém que seja, o mínimo de inspiração, o mínimo de sensacional, isso – sim - seria super.

-Luana Rôla de Sousa

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